Avaliação de Imóveis: a diferença entre “opinar” e “laudar” que pode salvar seu patrimônio

Quando o assunto é valor de um imóvel, muitas pessoas ainda confundem dois conceitos muito diferentes: opinião de valor mercado e laudo técnico de avaliação. Essa confusão é perigosa — e pode custar caro.

O que diz as Lei dos Corretores de Imóveis:

A Lei nº 6.530/1978, que regulamenta a profissão de Corretor de Imóveis, estabelece no art. 3º:

“Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária.”

Ou seja: o corretor pode opinar sobre valores de mercado para auxiliar na negociação, mas não possui competência técnica nem legal para elaborar um laudo de avaliação com validade jurídica.

O que diz a Lei para engenheiros e arquitetos

A Lei nº 5.194/1966, que regula o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo, estabelece no art. 7º, alínea “c” que compete a esses profissionais:

“Estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica.”

Isso significa que somente engenheiros e arquitetos habilitados têm competência legal para avaliar tecnicamente um imóvel, seguindo normas técnicas, realizando vistorias e assinando o laudo com responsabilidade profissional registrada no CREA ou CAU.

O que é um laudo de avaliação e quem pode emitir

De acordo com a ABNT NBR 14653 – Avaliação de Bens Imóveis, o laudo de avaliação é um documento técnico-científico que:

  • É elaborado exclusivamente por engenheiros ou arquitetos habilitados;
  • Baseia-se em vistoria técnica para caracterizar o bem;
  • Necessita-se de conhecimentos em estruturas, elementos construtivos, impermeabilizações, sistemas hidrosanitarios, sistemas elétricos,etc..
  • Atendem as fundamentações da Norma, sao auditáveis, possuem imparcialidade e critérios de governança e compliance.
  • Utiliza metodologias reconhecidas para determinar o valor;
  • É assinado com responsabilidade técnica (CREA ou CAU).

Esse documento é aceito por bancos, tribunais e órgãos públicos — e é o único que garante segurança jurídica para compra, venda, partilha, inventários, financiamentos e litígios.

Os riscos de usar avaliações informais

Muitas negociações e processos judiciais fracassam por causa de avaliações sem validade técnica, sem fundamentação, sem documento normativo. Uma estimativa mal fundamentada pode gerar:

  • Perda patrimonial significativa;
  • Contestação judicial;
  • Recusa em financiamentos;
  • Problemas em inventários e partilhas.

Por que contratar um profissional habilitado

Um laudo elaborado por engenheiro ou arquiteto garante:

  • Segurança jurídica — amparo legal em qualquer instância;
  • Precisão técnica — métodos de avaliação compatíveis com a realidade do mercado;
  • Proteção patrimonial — evita prejuízos causados por avaliações incorretas;
  • Credibilidade — aceito por instituições financeiras e órgãos públicos.

Conclusão:

Quando se trata de avaliar um imóvel, lembre-se: opinião não substitui laudo.

Contrate a Vallero Engenharia, especialista na metodologia ABNT NBR 14653, 13752, 14737 e 12721. Segurança técnica não é custo — é investimento no seu patrimônio.

Nossos Artigos

A importância da vistoria técnica antes da locação de imóveis

Escrito por: Marcelo Augusto Guerini Vallero, CREA/SC 140597-7, IBAPE/SC 681, Perito Judicial nos Tribunais de Justiça De Santa Catarina e Paraná, Assistente Técnico, Especialista em Avaliação de Bens Imóveis, Vícios Construtivos e Ações Demarcatórias. Alugar um imóvel, seja ele residencial ou comercial, é uma decisão importante que envolve não apenas

Leia mais »

A IMPORTÂNCIA DO LAUDO TÉCNICO NA ENTREGA DE IMÓVEIS

A Importância de um Laudo Técnico por um Engenheiro Civil na Entrega de um Imóvel Novo A entrega de um imóvel novo é um momento aguardado com expectativa tanto por quem adquire quanto por quem constrói. Nesse processo, a segurança, a qualidade e a conformidade com as normas técnicas são

Leia mais »

O que (quase) ninguém fala sobre perícias judiciais complexas

A perícia judicial é, por natureza, uma prova técnica. Mas quando o processo se transforma em um palco de conjecturas, hipóteses aleatórias e quesitos mal formulados, ela deixa de ser um instrumento de esclarecimento e se torna um peso desproporcional para o profissional técnico nomeado — e, sobretudo, para o

Leia mais »